Na noite deste domingo (13), um grave incidente no bairro Ester Soares Torres, em São Miguel dos Campos, resultou na tentativa de homicídio de José da Silva Sulino, de 50 anos, por Eronildo Lopes da Silva, de 46 anos, amplamente conhecido como Amaral. O Portal AlagoasNTTV obteve, com exclusividade, uma entrevista com Amaral, que detalhou os eventos que culminaram na agressão.

A história começou após um "racha" de futebol, um evento social comum entre amigos. Amaral explicou: "Eu tenho um racha no estádio, e depois do racha sempre combinamos de nos encontrar na praça do futevôlei. Eu levei uma churrasqueira e carne que comprei no mercado onde trabalho." Durante esse encontro, os dois, que costumam compartilhar momentos de lazer, acabaram se envolvendo em uma discussão.

Amaral relata que a noite começou de maneira tranquila, mas rapidamente tomou um rumo diferente. "Ele estava bebendo cerveja e depois começou a insistir em beber Pitu. Eu avisei que não bebia aquilo porque ele muda quando ingere." A situação esquentou ainda mais quando amigos de ambos chegaram ao local, gerando um ambiente de desconforto e conflito.

A tensão aumentou quando José, conhecido como Duda, começou a se comportar de forma agressiva. "Eu estava assando carne e ofereci um pedaço para um amigo. Aí ele começou a falar coisas e saiu. Depois de um tempo, ele voltou com uma expressão muito feia", contou Amaral. Nesse momento, ele decidiu que era melhor ir embora, mas a situação se agravou antes que pudesse sair.

"Passei por um bar onde uma amiga trabalha e acabei tomando um copo de bebida. Quando cheguei em casa, estava um pouco alterado e deitei na cama. Foi quando ouvi ele batendo na porta e pedindo para entrar", explicou. Segundo Amaral, ao abrir a porta, a situação se transformou rapidamente em uma briga. "Ele começou a me xingar, e eu tentei me afastar, mas ele não deixou. Ele me deu um chute e começou a me agredir."

Desesperado e temendo por sua segurança, Amaral pegou uma faca que estava próxima. "Não tinha intenção de matar, só queria me defender. Eu não referi a faca para finalizar, apenas joguei de um lado para o outro para tentar evitar que ele viesse para cima de mim", disse, enfatizando que a sua reação foi uma tentativa de se proteger.

Após o ataque, José foi socorrido, mas devido à quebra da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), ele ficou aguardando o socorro por mais de uma hora. Finalmente, foi atendido por uma unidade de Teotônio Vilela e levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de onde foi transferido para o Hospital Geral do Estado (HGE). Atualmente, José se recupera na casa de uma sobrinha após receber alta.

Amaral foi preso em flagrante, mas na manhã seguinte, durante a audiência de custódia, foi liberado. "Sou réu primário e aleguei legítima defesa. Tenho um emprego fixo e uma casa, e estou disposto a voltar ao trabalho", afirmou, refletindo sobre as consequências do ocorrido e a necessidade de resolver a situação.

Este caso ressalta a problemática da violência doméstica e a urgência de intervenções para proteger as vítimas, além de destacar a importância de serviços de emergência eficientes. As autoridades locais seguem investigando o incidente para esclarecer todos os detalhes e garantir que a justiça seja feita.